Por: Emanuel Oliveira Os incêndios florestais constituem o maior risco no território do Alto Minho, sendo igualmente responsáveis pelo de...
Por: Emanuel Oliveira
Os incêndios florestais constituem o maior risco no território do Alto Minho, sendo igualmente responsáveis pelo desencadear e incrementar outros riscos derivados e associados a alterações repentinas do solo (por ex.º: movimentos de vertente, erosão do solo, enxurradas, assoreamento dos rios e erosão costeira, proliferação de espécies invasoras) e consequentemente colocando em risco a vida de pessoas, os bens e condicionando atividades de vários sectores de importância económica na região (floresta, agricultura, pecuária, turismo, cinegética).Os incêndios florestais não são constantes no tempo nem no espaço físico, pelo que o estudo exaustivo do seu regime deverá centrar-se na caracterização da perturbação do fogo ao longo do tempo. (Agee, 1993)
Mapa 1 - Área Ardida Acumulada entre 1975 a 2015: cerca de 280 367 hectares. Fonte/Dados: ICNF |
Analisando o período de 2001 a 2014, com base em dados oficiais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, a área ardida acumulada em 14 anos foi de 117 308 hectares, o que corresponde a cerca de 89% do espaço florestal do território do Alto Minho que, segundo o Inventário Florestal Nacional de 2006 ocupa 147 291 hectares de espaço florestal (área arborizada e matos). A média do período situa-se em 8 379 hectares de área ardida anualmente.
Gráfico 1 - Distribuição Anual da Área Ardida e do Número de Ocorrências entre 2001 e 2014 no território do Alto Minho. Fonte/Dados: ICNF |
Gráfico 2 - Distribuição Percentual da Área Ardida e do Número de Ocorrências por Classes de Extensão entre 2001 e 2014 no território do Alto Minho. Fonte/Dados: ICNF |
Gráfico 3 - Distribuição Anual da Área Ardida e do Número de Grandes Incêndios Florestais entre 2001 e 2014 no território do Alto Minho. Fonte/Dados: ICNF |
Segundo os dados provisórios do ICNF, o ano 2015 ficou marcado por 1 124 ocorrências responsáveis por uma área ardida total de 9 271 hectares. Porém, preocupante foi a ocorrência de 11 GIF’s que resultaram no consumo de 6 655 hectares de espaço florestal.
O real problema não são os 99,3% de ocorrências que originam incêndios florestais e fogachos (estes representam 75% do total de ocorrências), mas 0,7% das ocorrências que estão na origem dos Grandes Incêndios Florestais que são responsáveis por 64% da área ardida entre 2001 e 2014.
Se por um lado a grande maioria das ocorrências não passam de fogachos, ou seja inferior a 1 ha e apenas 24,3% dão origem a incêndios florestais (inferiores a 100 hectares), tal situação traduz o sucesso da 1ª intervenção. Por outro lado a ínfima percentagem de ocorrências (0,7%) origina incêndios que atingem dimensões excessivas, classificados como GIF’s.
OS GIF’s são o resultado da MUDANÇA do paradigma dos incêndios florestais associados às alterações da dinâmica espacial e das mudanças climáticas, o que por sua vez obriga a uma mudança de atitude em relação a como hoje entendemos e olhamos a PREVENÇÃO, assim como o modo como os enfrentamos na ação de EXTINÇÃO.
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