Uma das metas mais mediáticas do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, aprovado em 2006, é a diminuição de forma significa...
Uma das metas mais mediáticas do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, aprovado em 2006, é a diminuição de forma significativa, do número de incêndios com áreas superiores a 1 hectare, no entanto os dados refletem completamente o contrário.
Ocorrência em área rural. |
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Gráfico 1 - Evolução do número de ocorrências e da área ardida no período de 2005 a 2013 no Alto Minho. |
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Gráfico 2 - Evolução do número de ocorrências no período de 2005 a 2013 no Alto Minho. |
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Gráfico 3 - Comparação do número de ocorrências com áreas inferiores e áreas superiores a 1 hectare no período de 2005 a 2013 no Alto Minho. |
- Ocorrências com áreas inferiores a 0,1 hectares
- Ocorrências com áreas superiores a 0,1 e inferiores a 1 hectare
Verifica-se que cerca de 54% do total de ocorrências são inferiores a 0,1 hectares, cuja média de área ardida por ocorrência no período de 2005 a 2013 é de cerca de 170 m2. Isto significa que a saída de meios e a abertura de ocorrência não se refere na maioria dos casos a situações de incêndio, mas de queimas de sobrantes, fumarolas em espaços urbanos e até mesmo churrasqueiras, para além de um significativo número de falsos alarmes que contribuem para o elevado número de ocorrências. Tais dados quando somados às demais ocorrências induzem em erro quando se pretende medir a eficácia da primeira intervenção, pois por esta razão na maioria dos países da Europa as ocorrências com áreas inferiores a 0,1 hectares não são consideradas.
No sentido prático, uma ocorrência com esta escala numa área florestal em plena época de incêndios e considerando o tempo de resposta do dispositivo, isto é desde a saída do quartel até ao local, raramente apresentaria uma área inferior a 0,1 hectares (1000 m2). Pelo que não se podem considerar estas ocorrências para avaliar o sucesso da 1ª intervenção.
As ocorrências com áreas superiores a 0,1 e inferiores a 1 hectare apenas contribuem uma média de 22% para o total de ocorrências por ano, apresentando uma média de área ardida por ocorrência de 1200 m2. Estas ocorrências contribuem em média para 1,4% da área ardida anualmente.
Se quisermos medir o sucesso da intervenção então teremos de analisar 46% das ocorrências registadas neste período, eliminando aquelas que são inferiores a 0,1 hectares (54%).
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Gráfico 4 - Distribuição do número de ocorrências por classes de extensão no período de 2005 a 2013 no Alto Minho. |
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