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sábado, 18 de março de 2017

Vegetation Condition Index (VCI): Incêndios Florestais

A NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration) é um organismo estatal dos EUA sob a dependência do Departamento de Comércio dos Estados Unidos e cujas atividades centram-se na monitorização dos oceanos e da atmosfera.
O Centro de Aplicações e Investigação por Satélite (STAR) é o braço científico do Serviço Nacional de Informação Satélite e Dados Ambientais (NESDIS) que gere os satélites ambientais para a NOAA.
A Saúde da Vegetação (Vegetation Health) é um sistema NOAA/NEDIS que estima o estado de saúde da vegetação, a condição de humidade, a condição térmica e produtos de análise derivados.

O VHI (Vegetation Health Indices) é obtido a partir da radiância observada pelo sensor AVHRR instalado nos satélites (NOAA-7, 9, 11, 14, 16, 18 e 19 e VIIRS).
Os produtos VH da AVHRR foram produzidos a partir do conjunto de dados da cobertura de área global (GAC) da NOAA / NESDIS para o período de 1981 até ao presente. Os dados e imagens têm 4 km de resolução espacial e 7 dias de resolução temporal.
Os produtos VH da VIIRS também foram processados ​​de 2012 até ao presente (resolução de 1km, composto de 7 dias).

Os produtos VH podem ser utilizados como dados aproximados para a monitoração do estado da vegetação, da seca, da saturação do solo, da humidade e das condições térmicas, do risco de incêndio, estado fenológico, fração de vegetação, início/final do crescimento vegetativo, desertificação, espécies invasoras, recursos ecológicos, degradação da terra, etc..

Seguidamente apresenta-se o Índice de Condição de Vegetação (VCI - Vegetation Condition Index) para o Alto Minho.
O VCI é obtido a partir de radiações calibradas pré e pós-lançamento convertidas para o Índice de Vegetação com Diferença Normalizada sem ruído (NDVI = (NIR-VIS) / (NIR + VIS)).
O VCI expressa-se como anomalia do NDVI relativa à climatologia de 25 anos, estimada com base nas leis biofísicas e ecossistémicas (lei do mínimo, lei de tolerância e capacidade de carga). Este índice é uma aproximação para a condição de humidade.
Dados comparativos dos diversos produtos do VHI para a semana 11 dos anos 2015, 2016 e 2017
Ao observarmos os dados referentes ao VCI, ao estado de stresss e de saúde da vegetação (Stressed and Healthy Vegetation) e ao estado de stress da humidade (Moisture Stress) para a mesma data nos últimos 3 anos (2015, 2016 e 2017), verificamos um estado de agravamento em todos os índices no território do Alto Minho. É notável um agravamento generalizado no território, com exceção da zona litoral que abrange os concelhos de Caminha e de Viana do Castelo. Os concelhos que apresentam maiores situações de stress são nitidamente os situados no interior. Ao nível do produto Moisture Stress, o concelho de Ponte da Barca não parece sofrer perdas de humidade na vegetação, o mesmo não ocorre com os concelhos confinantes de Arcos de Valdevez e de Ponte de Lima que apresentam vastas áreas em situações de elevado stress. Destaca-se igualmente o concelho de Paredes de Coura com um agravamento histórico de stress vegetativo em todos os produtos do VHI.

A reduzida pluviometria do inverno 2016/2017 que finda no próximo dia 20 de Março, o qual segundo o IPMA classificou-se normal em relação à temperatura e seco quanto à quantidade de precipitação, poderá estar por detrás deste agravamento.
Temperatura e precipitação no inverno 2016/17 (período 1931/32-2016/17). Fonte: IPMA
Consequentemente, o território tem que estar preparado para o aumento antecipado do número de incêndios florestais caso a Primavera 2017 registe a tendência da estação antecedente. O número de ocorrências dos últimos dias não é algo que nos surpreenda tendo em conta os dados observados em relação ao VHI, à meteorologia e ao uso tradicional do fogo.
1- Queima em Giestal; 2 - Queima em Silvado; 3 - Cor da coluna de fumo numa encosta SW
Igualmente, como se pode observar nas fotos acima, regista-se uma mudança no comportamento do fogo manifestado durante as ações de queima prescrita realizadas nas últimas semanas (fevereiro até à presente data), onde os combustíveis florestais apresentam-se muito suscetíveis ao fogo e as colunas de fumo (3) comprovam importantes perdas de humidade, quando comparados com anos anteriores. Especial destaque vai para o giestal (1) e silvado (2) que arde intensamente como se estivesse a arder em alto verão.
Ocorrências com mais 1 hectare registadas entre o 21 de dezembro de 2016 e 18 de março de 2017
Como se pode verificar pela localização das ocorrências que deram origem a incêndios florestais neste inverno 2016/2017, a larga maioria concentra-se nas zonas identificadas com índices mais elevados de stress vegetativo em todos os produtos VHI elaborados pela NOAA STAR.
O seguimento e monitorização do VHI poderá ser útil na previsão da época de incêndios florestais, obviamente associando a evolução meteorológica e a concentração de ocorrências, com destaque para o Heat Map produzido e publicado pelo ICNF.



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