Desenvolvido e postado por: Emanuel de Oliveira SMPC/GTF de Vila Nova de Cerveira Publicado no Blogue dos GTF's do Alto Minho 2...
Desenvolvido e postado por: Emanuel de Oliveira
SMPC/GTF de Vila Nova de Cerveira
Publicado no Blogue dos GTF's do Alto Minho
21/11/2011
As partĂculas respirĂĄveis em suspensĂŁo, derivado do seu Ănfimo tamanho, tĂȘm um tempo de residĂȘncia especialmente longo na atmosfera e penetram profundamente nos pulmĂ”es. Estas pequenas partĂculas constituintes do fumo causam ainda a dispersĂŁo da luz, reduzindo a visibilidade.
Nos Estados Unidos, devido aos grandes incĂȘndios florestais, foram estabelecidas normas nacionais para a qualidade do ar relativamente aos poluentes considerados perigosos para a saĂșde pĂșblica e para o meio ambiente. Assim foram atribuĂdos nĂveis mĂĄximos para concentraçÔes no ar de 1 hora, 8 horas e 24 horas dos seguintes poluentes e: dois tipos de Material Particulado fino (PM10 e PM2.5), diĂłxido de enxofre (SO2), diĂłxido de azoto (NO2), ozono, monĂłxido de carbono e chumbo (Tabela 1).
As PartĂculas Finas ou InalĂĄveis sĂŁo classificadas em dois tipos:
PM10 – sĂŁo aquelas cujo diĂąmetro aerodinĂąmico Ă© menor que 10 ”m, sendo classificadas como partĂculas inalĂĄveis grossas (2,5 a 10”m).
PM2.5 – sĂŁo as partĂculas inalĂĄveis finas (<2,5”m).
As partĂculas finas, devido ao seu Ănfimo tamanho, podem atingir os alvĂ©olos pulmonares, jĂĄ as partĂculas ditas grossas ficam retidas na parte superior do sistema respiratĂłrio.
Este poluente – Material Particulado InalĂĄvel - Ă© o que inspira maior preocupação derivado do fumo dos incĂȘndios florestais ou dos fogos controlados. Estudos realizados nos EUA indicam que 90% das partĂculas do fumo emitido durante a queima sĂŁo PM10 e cerca de 90% de PM10 Ă© PM2.5 (Ward e Hardy, 1991). O mais recente estudo sobre os efeitos de partĂculas na saĂșde humana indicam que sĂŁo as partĂculas finas, especialmente PM2.5, as responsĂĄveis pelos efeitos na saĂșde, incluindo mortalidade, agravamento de doenças crĂłnicas e pelo aumento do internamento hospitalar (Dockery e outros 1993, EPA , 1996).
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Tabela 1 - Quantidade de EmissĂ”es de Poluentes na Queima de CombustĂveis Florestais |
Hoje podemos contar com uma ferramenta muito Ăștil na planificação das queimas e na emergĂȘncia em incĂȘndios, auxiliando-nos na prevenção, pela aplicação de medidas e acçÔes que minimizem o impacte do fumo no ambiente e na saĂșde pĂșblica. Esta ferramenta digital Ă© o VSmoke-Web Ă© uma aplicação web baseada no programa VSmoke (Lavdas, 1996), e foi concebida para auxiliar na planificação das queimas prescritas levadas a cabo no sul dos Estados Unidos.
O VSmoke Ă© um simples modelo de dispersĂŁo gaussiana do fumo que calcula isolinhas de concentração de fumo de superfĂcie. A saĂda do modelo representa o pico de concentração horĂĄria de PM2.5 ou visibilidade (em desenvolvimento). Os valores de contorno e as suas cores correspondem ao PM 2.5 limites para o Ăndice de Qualidade do Ar (IQA) e reflectem os impactos potenciais para a saĂșde pĂșblica, variando de moderada a perigosos (mais informação sobre o IQA em AIRNow).
Ăndice da Qualidade do Ar
O Ăndice de Qualidade do Ar (AQI – Air Quality Index) indica o quanto Ă© perigoso respirar o ar relativamente Ă quantidade dos vĂĄrios poluentes, tais como o ozono e pequenas partĂculas (PM2.5). O fumo de incĂȘndios florestais contĂ©m grandes quantidades de pequenas partĂculas perigosas (0.4 - 0.7 micrĂłmetros de diĂąmetro). Nas ĂĄreas onde o AQI nĂŁo estĂĄ determinado, a medição do PM2.5 permite determinar a qualidade do ar. Os nĂveis do Ăndice AQI ou as concentraçÔes de PM2.5 reflectem o risco que Ă© respirar o ar:
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Tabela 2 - NĂvel de Risco para a SaĂșde com base no Ăndice de Qualidade do Ar (AQI) |
Ora, vamos tomar agora um exemplo real e ver como funciona esta aplicação gratuita via web. A ĂĄrea em causa foi seleccionada uma vez que se encontra numa Zona de Interface Urbano Florestal e sempre que ocorre um incĂȘndio florestal implica uma considerĂĄvel concentração de meios. No mapa abaixo, podemos observar a ĂĄrea proposta para queima:
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Localização da Parcela de Queima no GoogleEarth |
CARACTERĂSTICAS DA PARCELA
Ărea de Queima: 3 hectares, isto Ă© 7,41 acres
Carga de CombustĂvel: cerca de 41 ton (SI), isto Ă© 45,1 toneladas curtas (Avoirdupois, US) de matos (Ulex europaeus).
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Tabela 3 - Estimativa da Carga de CombustĂvel |
Outras CaracterĂsticas:
- Para uma efectividade muito alta, superior 75% (Buckley & Corkish, 1991) o grau de consumo de matos deverĂĄ ser entre 80% a 90%, pelo que optaremos por 85%. Para que os resultados sejam satisfatĂłrios, os combustĂveis deverĂŁo estar secos.
- Tratando-se de uma queima, o método de ignição adoptado serå de fogo de cauda, preferencialmente contra declive e contra-vento.
- O vento esperado nesta encosta com exposição Sul, normalmente Ă© de SE ou SW. Pelo que normalmente dada as caracterĂsticas do relevo, produzem-se ventos errĂĄticos e ventos de Sul anunciam normalmente instabilidade atmosfĂ©rica. A velocidade do vento considerada Ă© o intervalo Ăłptimo para a queima (prescrição) nesta regiĂŁo, cerca de 12 km/h.
- A altura da coluna de fumo dependerĂĄ da hora da queima e da estabilidade atmosfĂ©rica, mas neste exemplo vamos tomar como valor de referĂȘncia os 900 metros.(ver GlossĂĄrio abaixo)
1. Estimativa do Impacte do Fumo resultante da Queima com Vento de Sudoeste (SW)
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1.1 - Vista Geral da Aplicação com os dados (clique para aumentar) |
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1.2 - Vista Particular do Impacte do Fumo (clique para aumentar) |
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2.1 - Vista Geral da Aplicação com os dados (clique para aumentar) |
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2.2 - Vista Particular do Impacte do Fumo (clique para aumentar) |
Em ambas situaçÔes, derivadas da direcção do vento de componente Sul, o impacte do fumo na saĂșde pĂșblica afectarĂĄ de forma considerĂĄvel as zonas populacionais.
A queima efectuada com vento SW afectarå lugares mais dispersos e rurais, com baixa concentração de população.
Pelo contrĂĄrio, a queima efectuada com vento SE seria aquela que inspira maiores preocupaçÔes, pelo que nĂŁo se deveria executar, pois o fumo terĂĄ um forte impacte na população, correndo sĂ©rios riscos para toda a população. Ă de salientar que dentro do perĂmetro definido pelas isolinhas de AQI, um Hospital, um Lar de Idosos e um Centro Escolar do Ensino BĂĄsico (com cerca de 300 crianças), encontram-se dentro dos nĂveis de Risco para a SaĂșde de Muito Mau e Perigoso.
Assim concluĂmos que devemos de evitar nesta parcela a queima com ventos do quadrante Sul e optarmos antes por acçÔes que reĂșnam condiçÔes que minimizem o impacte sobre a população.
GLOSSĂRIO INGLĂS (US)-PORTUGUĂS (PT-PT)
MEDIDAS E CONVERSĂES (http://www.convertworld.com/pt/)
1 hectare = 2.47105 acres
1 kg = 2,2 lbs
1 lb = 0,45 kg
1000 lb = 0.5 ton (toneladas curtas, Avoirdupois, US)
Velocidade do Vento: 1 km/h = 1 mph
MĂTODO DE IGNIĂĂO (campo 2)
Backing/spot – fogo de cauda/fogo por pontos
Aerial/head – fogo de copas/comportamento de cabeça
CARGA DE COMBUSTĂVEL (campo 3)
Grass-erva, pasto
Shrub-arbustos
Litter-resĂduos
Slash-corte
Light - Ligeira
Moderate - Moderada
Heavy - Pesada
CONDIĂĂES DE HUMIDADE DO COMBUSTĂVEL (campo 5)
Wet – molhado
Damp -hĂșmido
Dry – seco
Very dry – muito seco
MIXING HEIGHT/ALTURA DA COLUNA DE FUMO (campo 6)
A Altura da Coluna de Fumo (Mixing Height) Ă© a altura da coluna de fumo acima do nĂvel do solo, a qual encontra-se relativamente vigorosa.
A baixa altura da coluna significa que os poluentes emitidos ficam retidos junto Ă superfĂcie do solo.
A alta altura da coluna indica uma boa dispersĂŁo dos poluentes libertados pela queima.
A altura da coluna serve tambĂ©m para estimar em que medida o fumo se elevarĂĄ e para interpretar as interacçÔes produzidas durante a queima dos combustĂveis e o comportamento do fogo.
A Altura da coluna Ă© geralmente mais baixa Ă noite ou de manhĂŁ cedo e mais alta a meio da tarde. Este padrĂŁo diĂĄrio provoca muitas vezes fumo que se concentra nas bacias e vales durante a manhĂŁ e que se dispersa posteriormente no ar da tarde.
A altura mĂ©dia da coluna de fumo pela manhĂŁ rondarĂĄ entre os 300 m e para mais de 900 m acima do nĂvel do solo (Holzworth 1972).
A altura mĂĄxima da coluna produz-se pela manhĂŁ nas zonas costeiras que estĂŁo influenciadas pelo ar hĂșmido do mar e pela nebulosidade que inibem o arrefecimento por radiação durante a noite.
Durante a tarde altura mĂ©dia da coluna costuma ser maior do que pela manhĂŁ e varia entre menos de 600 m e mais de 1.400 m a partir do nĂvel do solo.
As alturas mais baixas das colunas de fumo produzem-se durante o Inverno e ao longo da costa.
As alturas das colunas de fumo variam consideravelmente entre os locais e de dia para dia, pelo que Ferguson e outros autores (2001) geraram mapas detalhados e estimativas das Alturas das Colunas de Fumo nos Estados Unidos.
CLASSES DE ESTABILIDADE AMOSFĂRICA (campo 6)
Neutral – Neutro
Slightly Unstable – Ligeiramente InstĂĄvel
Moderately Unstable – Moderadamente InstĂĄvel
Extremely Unstable – Extremamente InstĂĄvel
FASE DE COMBUSTĂO (ver tabela 1 de EmissĂ”es de Poluentes)
Flaming – arde com intensidade, com chama
Smoldering – fogo latente, arde sem chama
Fire average – fogo mĂ©dio
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