Antes de partirmos para dados referentes aos incêndios florestais e ao combate, vamos deter-nos em alguns dados sobre o valor da floresta em...
Antes de partirmos para dados referentes aos incêndios florestais e ao combate, vamos deter-nos em alguns dados sobre o valor da floresta em Portugal.
Ao nível da Europa e mesmo mundial, Portugal é um país especializado em actividades silvícolas, sendo um dos estados membros da União Europeia onde o sector florestal assume um maior peso no PIB (2%).
A floresta é a base de uma importante fileira industrial que confere a Portugal, assumir o papel de exportador de produtos florestais, somente sendo ultrapassado pela Suécia e pela Finlândia). Cerca de 10% das exportações têm origem nesta fileira florestal.
A floresta gera 180 mil postos de trabalho em mais de 7 mil empresas e, não estamos a considerar a área do combate, apenas na área da produção.
Segundo os dados do Inventário Florestal os espaços florestais ocupam dois terços da área total do país (o equivalente a 8,9 milhões de hectares). (Fonte: Portucel/Soporcel)
Ou seja, todos concluímos que a Floresta tem valor e um considerável peso na economia do país, no entanto os dados do último Relatório Provisório de Incêndios Florestais, reflectem uma terrível subvalorização. Os dados deste ano, à semelhança de anos anteriores contrariam o valor da floresta para a economia, para uma sociedade em crise. Por outro pode levar a uma perigosa especulação de quem realmente ganha com os incêndios florestais, uma vez que a fileira florestal industrial perde valor ano após ano pela destruição de floresta produtiva. Então quem ganha? Porque arde?
O Relatório Provisório de Incêndios Florestais, de 01 de janeiro a 30 de setembro, elaborado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, aponta para dados muito preocupantes no cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Segundo o Relatório Provisório a área ardida ultrapassou a meta dos 100 000 hectares/ano e o número de ocorrências foi cerca de 19 000 ocorrências. O pior dado, no que respeita ao combate, vai para o número de reacendimentos, pois cerca de 6% das ocorrências no território nacional teve origem em reacendimentos.
Seguidamente transcrevem-se algumas anotações do Relatório do ICNF:
A base de dados nacional de incêndios florestais regista, no período compreendido entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2013, um total de 18.850 ocorrências (3.504 incêndios florestais e 15.346 fogachos) que resultaram em 134.964 hectares. Até à data registaram-se 1.155 reacendimentos.
O maior incêndio de 2013, registado até à data, teve início no dia 9 de julho no local de Picões, concelho de Alfândega da Fé (Bragança), afetando uma área estimada de 14.912 hectares, dos quais 11.980 hectares em espaços florestais (3.208 hectares de povoamentos e 8.772 hectares de matos).
A figura 1 apresenta as áreas ardidas cartografadas à data de 30 de setembro, pelo Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia (EFFIS-JRC/CE).
ANÁLISE POR DISTRITO
Da análise por distrito destaca-se com o maior número de ocorrências o distrito do Porto (5.889), seguido de Braga (2.015) e Viseu (1.902). Em qualquer um dos casos as ocorrências são maioritariamente fogachos, ou seja, ocorrências de pequena dimensão que não ultrapassam 1 hectare de área ardida. No caso específico do distrito do Porto a percentagem de fogachos, face ao total das ocorrências do distrito, é de 88% (quadro 2).
Viseu é o distrito com mais área ardida registando, até à data, cerca de 34.764 hectares de espaços florestais ardidos. Segue-se Vila Real e Bragança com 22.613 hectares e 21.010 hectares ardidos, respetivamente.
O maior número de reacendimentos regista-se no distrito de Viana do Castelo, com 314 casos (cerca de 27% do total), seguido do Porto com 285 reacendimentos (aproximadamente 25% do total).
Será que não se protege algo a que não se dá o real valor, ou realmente outros valores mais altos se levantam?
Ao nível da Europa e mesmo mundial, Portugal é um país especializado em actividades silvícolas, sendo um dos estados membros da União Europeia onde o sector florestal assume um maior peso no PIB (2%).
Incêndio causado por "incendiarismo" em pinhal regenerado. Qual o motivo? |
A floresta gera 180 mil postos de trabalho em mais de 7 mil empresas e, não estamos a considerar a área do combate, apenas na área da produção.
Segundo os dados do Inventário Florestal os espaços florestais ocupam dois terços da área total do país (o equivalente a 8,9 milhões de hectares). (Fonte: Portucel/Soporcel)
Ou seja, todos concluímos que a Floresta tem valor e um considerável peso na economia do país, no entanto os dados do último Relatório Provisório de Incêndios Florestais, reflectem uma terrível subvalorização. Os dados deste ano, à semelhança de anos anteriores contrariam o valor da floresta para a economia, para uma sociedade em crise. Por outro pode levar a uma perigosa especulação de quem realmente ganha com os incêndios florestais, uma vez que a fileira florestal industrial perde valor ano após ano pela destruição de floresta produtiva. Então quem ganha? Porque arde?
O Relatório Provisório de Incêndios Florestais, de 01 de janeiro a 30 de setembro, elaborado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, aponta para dados muito preocupantes no cumprimento das metas previstas no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Segundo o Relatório Provisório a área ardida ultrapassou a meta dos 100 000 hectares/ano e o número de ocorrências foi cerca de 19 000 ocorrências. O pior dado, no que respeita ao combate, vai para o número de reacendimentos, pois cerca de 6% das ocorrências no território nacional teve origem em reacendimentos.
- Face aos números deste último relatório será que o investimento na área do combate, nos mesmos moldes e com o incremento apresentado pelo MAI a meio da campanha justifica-se?
- Num país em crise, em que o sector florestal contribui cerca de 2% do PIB, o investimento no combate tem sido eficiente?
- Mais de 100 milhões de euros foram gastos este ano pela ANPC no dispositivo de combate. Quanto foi gasto na prevenção estrutural e nas acções de gestão, apenas nas matas comunitárias (baldios)?
Seguidamente transcrevem-se algumas anotações do Relatório do ICNF:
A base de dados nacional de incêndios florestais regista, no período compreendido entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2013, um total de 18.850 ocorrências (3.504 incêndios florestais e 15.346 fogachos) que resultaram em 134.964 hectares. Até à data registaram-se 1.155 reacendimentos.
O maior incêndio de 2013, registado até à data, teve início no dia 9 de julho no local de Picões, concelho de Alfândega da Fé (Bragança), afetando uma área estimada de 14.912 hectares, dos quais 11.980 hectares em espaços florestais (3.208 hectares de povoamentos e 8.772 hectares de matos).
A figura 1 apresenta as áreas ardidas cartografadas à data de 30 de setembro, pelo Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais do Centro de Investigação Comum da Comissão Europeia (EFFIS-JRC/CE).
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Quadro 1 – Número de ocorrências e correspondente área ardida, por ano, entre 1 de janeiro e 30 de setembro (Reac. – reacendimentos) |
Da análise por distrito destaca-se com o maior número de ocorrências o distrito do Porto (5.889), seguido de Braga (2.015) e Viseu (1.902). Em qualquer um dos casos as ocorrências são maioritariamente fogachos, ou seja, ocorrências de pequena dimensão que não ultrapassam 1 hectare de área ardida. No caso específico do distrito do Porto a percentagem de fogachos, face ao total das ocorrências do distrito, é de 88% (quadro 2).
Viseu é o distrito com mais área ardida registando, até à data, cerca de 34.764 hectares de espaços florestais ardidos. Segue-se Vila Real e Bragança com 22.613 hectares e 21.010 hectares ardidos, respetivamente.
O maior número de reacendimentos regista-se no distrito de Viana do Castelo, com 314 casos (cerca de 27% do total), seguido do Porto com 285 reacendimentos (aproximadamente 25% do total).
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Quadro 2 – Número de ocorrências e área ardida, por distrito, entre 1 de janeiro e 30 de setembro de 2013
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