Relatório do Incêndio Florestal de Candemil, de 27/08/2013, de 50,3 hectares Resumo técnico da análise sobre o comportamento do fogo e estr...
Relatório do Incêndio Florestal de Candemil, de 27/08/2013, de 50,3 hectares
Resumo técnico da análise sobre o comportamento do fogo e estratégia no incêndio
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Ficha Técnica do Incêndio |
Elementos a destacar
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Flanco Direito no Ataque Inicial |
- O incêndio inicia-se junto a um caminho florestal numa linha de água, cujo combustível é 90% pinheiro-bravo regenerado com elevada densidade, com cerca de 7 anos de idade.
- Inicialmente propaga-se por encosta à sombra, pela ação dominante do declive e pelo vento de Noroeste.
- O incêndio progrediu a grande velocidade até atingir a cumeada, principalmente quando deixou a zona de sombra e entrou na zona exposta ao Sol e ao Vento de Noroeste.
- Na cumeada, onde existem afloramentos rochosos, permitiu que a primeira equipa de extinção chegada aquela zona conseguisse controlar a propagação evitando o cruzamento da encosta. (Note-se: vento favorável, paralelo à linha de cumeada).
Estratégia e Potencial
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Carta de Análise do Incêndio e de Implantação da Área Ardida |
- Trata-se de um incêndio sobre pinhal denso regenerado (Pinus pinaster), cujo principal factor de propagação foi o declive, inicialmente.
- Quando a cabeça do incêndio alcançou a zona exposta ao Sol, mais alta, ficou sobre a influência do vento de Noroeste, o que permitiu a sua abertura, correndo o incêndio paralelo à cumeada da Serra da Salgosa.
- Os obstáculos à progressão do incêndio, determinantes para a manobra de extinção foram a rochosa cumeada e o cortafogo construído em 2009 no âmbito do PMDFCI, com cerca de 20 metros de largura e que compartimenta a densa mancha de pinhal regenerado.
- O máximo potencial deste incêndio deu-se quando a cabeça atingiu a cumeada e a existência de combustível seco e alterações da direção e intensidade do vento potenciavam a geração de focos secundários.
- A estratégia era evitar o cruzamento da encosta e a passagem do cortafogo.
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Flanco Direito e Cabeça atingem cumeada (ULC evita cruzamento para a encosta oposta) |
- Incêndio com potencial para dar origem a um GIF, devido às condições topográficas, modelo e estado do combustível e condições meteorológicas (Triângulo de Ambiente de Fogo).
Manobras
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Carta de Estratégia e Manobras |
- Na chegada ao incêndio opta-se por atacar desde a cauda o flanco esquerdo que progredia com dificuldade, devido à alta intensidade e por se encontrar à sombra.
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Ataque com linha de mangueiras (CB VN Cerveira/ECIN Caminha)
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- O flanco direito evoluía contra vento em direção a um corta fogos construído em 2009, no âmbito do PMDFCI.
- Tentou-se inicialmente chegar pelo flanco esquerdo à cabeça, afim de evitar o cruzamento de um caminho florestal que inicia no cortafogo. Sendo impossível, a equipa que atuava no flanco esquerdo avança para a cumeada, aproveitando o vento paralelo e evitando o cruzamento da encosta.
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Chegada da equipa GIPS para Ataque Inicial (flanco e cabeça)
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- Chegados mais meios terrestres (VFCI’s) ao TO (Teatro de Operações), foram disponibilizados na cumeada com o objectivo de evitar que o incêndio muda-se de encosta.
- A decisão proposta ao COS foi proceder a fogo tático no corta-fogo situado a sudeste, cerca de 1200 metros. No entanto, uma vez que existia algum tempo procurou-se extinguir a cabeça com o apoio de um meio aéreo (Helicóptero Ligeiro Bombardeiro).
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Descarga do meio aéreo sobre a cabeça |
- Face ao insucesso de extinção da manobra com apoio aéreo e aproveitando a mudança da direção do vento, em cerca de 90º, procedeu-se ao início da manobra de fogo tático quando o flanco direito que progredia limitando a cumeada alcançou o cortafogo.
- A dificuldade esteve na distância a percorrer, no acentuado declive e na instalação de linha de mangueiras em toda a extensão do cortafogo, com o objectivo de evitar a propagação por projeções.
- Deram-se 3 focos secundários na extensão da cumeada que rapidamente foram extintos, não permitindo o alargamento da área do incêndio.
Conclusões Técnicas e Operacionais
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Equipa da Unidade Local de Covas (ULC),
procurando evitar o cruzamento da encosta |
- A existência dos cortafogos (Faixas de Interrupção de Combustível - FIC) e de caminhos beneficiados no âmbito do PMDFCI (Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios) foram cruciais para o apoio às manobras.
- As equipas envolvidas sobre o comando do CB de Vª Nª de Cerveira soube aproveitar as infraestruturas de apoio, de modo adequado e atempadamente, evitando o aumento da área ardida.
- As manobras foram executadas de acordo com a estratégia definida.
Neste incêndio estiveram envolvidas as seguintes unidades de combate:
- Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira
- Bombeiros Voluntários de Vila Praia de Âncora
- Bombeiros Voluntários de Caminha
- Equipa GIPS/GNR do CMA de Arcos de Valdevez
- Equipa de Sapadores Florestais de Vª Nª de Cerveira
- Equipa da Unidade Local de Covas
Emanuel de Oliveira
Técnico de DFCI
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