Passada a campanha de incêndios florestais e conhecidos os dados do Relatório Provisório de Incêndios Florestais, de 01 de janeiro a 30 de s...
Passada a campanha de incêndios florestais e conhecidos os dados do Relatório Provisório de Incêndios Florestais, de 01 de janeiro a 30 de setembro, elaborado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e focando-nos no território do Alto Minho, estamos agora em condições de fazer um rescaldo ao ano 2013.
Em 2006 foi apresentado o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios o qual veio a estabelecer metas concretas e diretrizes a cumprir.
A partir de hoje, vamos analisar cada uma das mais mediáticas metas do PNDFCI e o contributo do território do Alto Minho para o seu cumprimento.
META: Redução da área ardida para menos de 100 mil hectares/ano
Esta meta é pouco ambiciosa do ponto de vista técnico, uma vez que num país como Portugal com características específicas em matéria de incêndios florestais, o limite dos 100 mil hectares de área ardida por ano, são facilmente atingíveis. No entanto, ao nível nacional, este limite foi largamente ultrapassado, colocando por terra os anseios de alguns pelo “fácil” cumprimento. Tal situação, devem-se sobretudo à ocorrência de vários Grandes Incêndios Florestais (GIF, com mais de 100 hectares) e de Mega-Incêndios Florestais (MIF, com mais de 1 000 hectares) no território nacional.
Focando-nos no Alto Minho e o seu contributo para o cumprimento da meta nacional.
A quota distrital (Distrito de Viana do Castelo) para a meta dos 100 000 hectares de área ardida por ano (meta do PNDFCI ) é de 2 657 hectares de área ardida por ano e, pelo que podemos verificar pelos dados do ICNF é que apenas a quota foi respeitada nos anos 2007 e 2008, no entanto, tal facto deveu-se à elevada superfície queimada dos anos imediatamente anteriores (2005 com uma área ardida de 27 070 hectares e 2006 com uma área ardida de 15 710 hectares) e à meteorologia desfavorável à ocorrência de incêndios. Desde então, confirma-se a existência de ciclos de incêndios, compreendendo intervalos de 3 a 5 anos, dependendo do Concelho. Desde 2005 já arderam cerca de 96 392 hectares, isto é cerca de 65% da área florestal do território e praticamente o dobro da área dos baldios geridos em cogestão com o Estado.
Em 2013, o Alto Minho volta a apresentar valores excessivos de área ardida, cerca de 12 000 hectares, praticamente o quíntuplo da quota estabelecida para o distrito, onde o aumento e a ocorrência de GIF’s no período compreendido entre o 19 de agosto e o 22 de setembro contribuíram para o incremento da área.
Tais dados permitem-nos concluir, a necessidade de aplicação de medidas e ações que garantam a compartimentação dos espaços florestais que ocupam cerca de 66% do território. É essencial iniciar de forma dinâmica, sem interrupções, um programa sustentável de gestão dos combustíveis com recurso ao uso do fogo controlado e com principal incidência na execução da Rede Primária divisional, aprovada recentemente para o distrito, em fevereiro último. É importante, a operacionalização e a integração dos técnicos municipais com formação em fogo controlado, na constituição de equipas de fogo controlado, apoiadas pelas equipas profissionais afectas ao território, capazes de aproveitar e priorizar as janelas de prescrição. Desta forma, mediante os recursos próprios existentes no Alto Minho, reduziria-se os encargos, aumentando a eficiência e consequentemente, aumentando a eficácia.
Tal como “nem só de pão vive o homem”, a floresta não pode nem deve viver só de planos.
“Os incêndios de verão apagam-se no inverno!”
Em 2006 foi apresentado o Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios o qual veio a estabelecer metas concretas e diretrizes a cumprir.
A partir de hoje, vamos analisar cada uma das mais mediáticas metas do PNDFCI e o contributo do território do Alto Minho para o seu cumprimento.
Incêndio florestal nos limites administrativos entre dois concelhos do Alto Minho |
Esta meta é pouco ambiciosa do ponto de vista técnico, uma vez que num país como Portugal com características específicas em matéria de incêndios florestais, o limite dos 100 mil hectares de área ardida por ano, são facilmente atingíveis. No entanto, ao nível nacional, este limite foi largamente ultrapassado, colocando por terra os anseios de alguns pelo “fácil” cumprimento. Tal situação, devem-se sobretudo à ocorrência de vários Grandes Incêndios Florestais (GIF, com mais de 100 hectares) e de Mega-Incêndios Florestais (MIF, com mais de 1 000 hectares) no território nacional.
Focando-nos no Alto Minho e o seu contributo para o cumprimento da meta nacional.
A quota distrital (Distrito de Viana do Castelo) para a meta dos 100 000 hectares de área ardida por ano (meta do PNDFCI ) é de 2 657 hectares de área ardida por ano e, pelo que podemos verificar pelos dados do ICNF é que apenas a quota foi respeitada nos anos 2007 e 2008, no entanto, tal facto deveu-se à elevada superfície queimada dos anos imediatamente anteriores (2005 com uma área ardida de 27 070 hectares e 2006 com uma área ardida de 15 710 hectares) e à meteorologia desfavorável à ocorrência de incêndios. Desde então, confirma-se a existência de ciclos de incêndios, compreendendo intervalos de 3 a 5 anos, dependendo do Concelho. Desde 2005 já arderam cerca de 96 392 hectares, isto é cerca de 65% da área florestal do território e praticamente o dobro da área dos baldios geridos em cogestão com o Estado.
Em 2013, o Alto Minho volta a apresentar valores excessivos de área ardida, cerca de 12 000 hectares, praticamente o quíntuplo da quota estabelecida para o distrito, onde o aumento e a ocorrência de GIF’s no período compreendido entre o 19 de agosto e o 22 de setembro contribuíram para o incremento da área.
Técnicos Municipais (GTF's) do Alto Minho cooperando juntos numa ação de fogo controlado |
Tal como “nem só de pão vive o homem”, a floresta não pode nem deve viver só de planos.
“Os incêndios de verão apagam-se no inverno!”
COMMENTS